sexta-feira, 26 de julho de 2013

A inconsistência dos factos

A inconsistência dos factos é algo que me atrai. No fundo levamos toda a vida a tentar ganhar certezas ou a formar opiniões sobre os mais diversos assuntos numa tentativa de estruturar o mundo numa forma que seja compreensível aos nossos olhos, e no entanto quantas vezes nos deparamos com situações que totalmente reformatam toda a nossa percepção? Aqui jaz o meu encanto, porque embora possa ter toda a minha visão bem cimentada, nada me garante (sendo até certo) que já tenha visto tudo, resultando numa imprevisibilidade que vai contra à estruturação por que lutamos.

Assim podemos adoptar duas posturas: ou nos fechamos em portas, crendo e insistindo naquilo que já acreditamos, tentando explicar o novo com os conhecimentos do antigo, ou mantemos uma postura mais aberta ao novo, sempre pronto a confrontar o que já temos. De uma forma simplista o leitor pensará que a segunda é mais sensata, mas tem os seus contras. Repare, uma postura aberta significa que há pouca consolidação do que se conhece, e isso resulta em falta de interesse, pouco aprofundamento sobre algo, e poderá até impedir a descoberta do novo, pois tal como diz a ciência "uma resposta origina sempre 1000 novas perguntas".

Fica pois então claro que algo intermédio será o mais aconselhável (tal como em tudo na vida de resto), e aqui ergue-se uma nova barreira: Em que ponto do intermédio? Esta mesma incerteza é o que frequentemente origina diferenças de opinião, incutindo diversidade de pensamentos e argumentos, que por discussão multiplica ainda mais esta diversidade, num efeito exponencial. Mas vá, a diversidade possibilita a descoberta do novo, e o novo, podendo nem sempre ser bom, é proveitoso pelo potencial que encerra.

Isto claro é também fortemente influenciado pela sociedade, e chegamos a um ponto em que a sociedade influencia mais o indivíduo do que vice-versa, também por nos depararmos por essa "rigidez social". O Homem teve um desenvolvimento social bastante aprecíavel, considerando os últimos 1300 anos de história, e sempre houve grandes figuras capazes de dirigir esta linha em pontos decisivos. No entanto é curioso como outras culturas adoptaram caminhos semelhantes, mesmo que independentes entre si.

Porém hoje somos dotados do pensamento abstracto capaz de questionar até as fundações mais básicas. Este questionamento gera, mais uma vez variedade, etc. etc., e ainda assim não evolui do pensamento. Porque será tão difícil que este pensamento abstracto consiga conceder novos modelos sociais, que possam ser propostos e revistos, que possa despertar algo e efectivamente influenciar fortemente a sociedade?

Cimento meus amigos, cimento!

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