Confesso que
política e eu formamos uma emulsão altamente instável, no entanto, temos de nos
subjugar à forma como o mundo está organizado, por isso, como já dizia o outro “se
não os podes vencer, junta-te a eles”.
Mas a política
regional pelo menos dá um certo gozo, uma vez que rompe com todo e qualquer
conceito de sensatez. Primeiro começou com a indecisão sobre quem seria o
candidato laranja ao Cavaquistão; aqui notou-se uma clara antagonia entre PSD e
o nosso famoso bigodes, mas o Dr. Ruas lá teve de acatar com o Dr. Henriques.
Agora a minha questão é: o Dr. Ruas (com todo o respeito que lhe é devido, atenção!)
já afirmou publicamente que gostaria de regressar depois da suspensão (o que é
legítimo na base da cidadania), e no entanto apoia também o Dr. Henriques, que
já afirmou publicamente que tem um projecto de futuro, i.e., mais que um
mandato. Ora esta relação é muito estranha, talvez inspirada nos (des)amores do
governo.
Outra coisa que
me deixa a pensar é se os dois principais candidatos sabem se são mesmo
Viseenses ou não, porque parece-me a mim (ai ai, as más línguas...) que se
lembraram disso agora que abriu uma vaga no poleiro. No entanto saúdo o
vincado empenho dos protagonistas em enraizar-se na terra.
Relativamente à
candidatura do Coronel Fernando Figueiredo à Assembleia Municipal pelo CDS-PP,
que está a causar grande balbúrdia na opinião pública, não entendo o motivo de
tanta agitação. Sinceramente o sistema político instalado em Portugal é
deprimente, e como bem fraseado pelo Rui “a crítica é menos eficaz que o
exemplo”. O Fernando faz um trabalho notável a partir do VSB, sendo talvez o
principal motor para discussão crítica na cidade, e só posso ver com bons olhos
a emergência de personalidades independentes no meio instalado, até para
desinstalá-lo! Aliás, e concordando com o Rui, criticar de
fora é fácil (uma espécie de intelectualismo provenciano, bem fraquinho por
sinal), mas arregaçar as mangas e fazer algo é outra, porque nos tira da nossa
posição de conforto para efectivamente realizar trabalho palpável. Além disso,
na minha modesta opinião, o sentido crítico com torpedo sempre na ponta da
língua do Fernando só poderá beneficiar a discussão na Assembleia.
Houvesse mais
gente com vontade!
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