sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

The Mask

Toda a gente adora máscaras. A máscara do "Incrivelmente Satisfeito" ao receber aquela peúga branca das raquetes no natal, a máscara de "Entendido" na hora de concordar com a crítica avassaladora ao governo, a máscara do "Apaixonado" na hora de declarar o seu amor ou ver o Benfica, a máscara do "Rico" quando em terra de falsos ricos, máscara de "Pobre(zinho)" em terra de ricos (ou em tribunal!), etc.

Ou seja, a sociedade lá nos obriga a que vamos mudando de máscara com o decorrer das situações e tempos, faltando talvez a verdadeira natureza de nós como indivíduo, ou pode o leitor argumentar que o verdadeiro "eu" nascerá da soma de todas essas máscaras. Isto claro implica percebermos se todas as nossas construções mentais resultarão do reflexo da nossa verdadeira natureza, ou antes do impacto que a natureza terá sobre nós (ou ambos?). Esquecendo Piaget, importa contextualizarmos o porquê de adoptarmos máscaras nas mais diferentes situações, ou da incompreensão que surgiria se envergássemos sempre a mesma máscara.

A minha máscara é de um anjo (Gabriel) e de um anti-herói aliado à igreja (Claude Frollo). Pareceu-me importante adoptar esta dualidade de posições contudo ligadas por algo comum à maioria. De facto, a sociedade une-nos a todos, e ainda assim podemos ser os maiores canalhas com aqueles que não precisamos/odiamos e o melhor amigo do que usa máscaras de bigode. Podemos ser anjo Gabriel, e mau da fita, tal como o caro leitor. Um perfeito ser imperfeito, e ainda assim tão natural.

Esta máscara, a somar a tantas outras que vou guardando na algibeira requer-se por mesquinhice de evitar problemas (ou talvez pela falta de paciência para eles). Mas mais importante, pela liberdade gratificante que dá, porque se a escrever no blog apenas tenho de usar a máscara do Gabriel, posso esquecer todas as outras que lá vão pesando na dita algibeira. E mais, a aura de mistério atrai atenção. O ser humano é assim, já dizia o Variações "Porque eu só quero quem não conheci, quem eu nunca vi, quem não conheci, quem eu nunca vi".

Um bom 2013 aqui do farmacêutico de serviço.


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