terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Quinto Império

Sou um rapaz novo. Nasci nos idos anos 80, e infelizmente não fui velho o suficiente para gozar dos loucos 80's, mas lá fui curtindo ao máximo os 90's. A minha geração é, na minha opinião (e embora todos digam o mesmo da sua) a última que ainda se aproveita, no entanto lá vai sendo preciso espremer o farrapo ao máximo para encontrar essa nata.

Ao olharmos para o cenário social e económico português damos conta de uma coisa: são todos uma cambada de gatunos aldrabões. OK, estamos todos de acordo. Mas agora arrisco a dizer que também nós o somos! Note-se quem nunca se gabou aos amigos o facto da empregada ter-se enganado no troco, conseguido fazer aquela viagem de metro sem pagar ou sacado um telemóvel novinho por uma avaria inexistente no antigo. Então vocês dizem "Gabriel, isso são coisinhas pequeninas que não resolvem o país".

Mas eu acho que resolvem. E não é pela sua soma ou raio que o valha. É pela atitude.

De facto o que mata este país é a sua raiz! Se temos uma mentalidade tão aberta em assuntos tão levianos, que nos dá a moral para condenar seja o que for feito em maior escala? Na indústria farmacêutica, antes de se fazer produção a alta escala começa-se por uma escala piloto, que se pretende replicar em escalas produtivas.

Pecamos em não termos mais fibra para educar os nossos jovens, crescendo eles com estes valores dignos do terceiro mundo. A moralidade e o espírito produzem engenho, e por aqui preferimos queimar neurónios em esquemas que nos beneficiem, ao invés de estudar estratégias para realmente construir um novo espaço social.

Falta cultura nesta cidade, neste país. Tornou-se óbvio que não podemos continuar com os "bons velhos costumes", porque só nos têm levado numa (má) direcção. Falta o Quinto Império, já tão cantado (mas pouco cansado!), que tarda em surgir. Se a sociedade portuguesa fosse fundamentada em valores sócio-culturais justos e fundamentados poderia haver esperança num futuro.

Ou seja, a pequenada tem de crescer com as ideias no lugar, do que realmente interessa, e rasgar de vez com a futilidade e corrupção com que são alimentados todos os dias. Se houvesse uma maior consciencialização juvenil olharia com agrado para o futuro, mas estes insistem-se em meter nos novos covis democráticos para aprenderem a música do bandido.

Falo de cultura. Falo de consciencialização. Falo do Quinto Império. Onde posso comprar o bilhete? A carreira já vem tarde...


Sem comentários:

Enviar um comentário