Certa vez, andava eu a mostrar a cidade a um amigo, este pergunta-me "Ò Gabriel, porquê que vocês roubaram a estátua do Infante D. Henrique a Sagres?"
Preparei-me para abrir a boca para explicar que não havia qualquer roubo, mas eis que um colega conterrâneo que me ajudava na tarefa turística diz "deve ser para compensar não termos mar".
Fiz um facepalm e pensei "mas esta gente não tem 1 pingo de interesse na sua terra". Pois bem, o Forma Farmacêutica Oral faz aqui um serviço público viseense e explica a todos a razão de termos estátua de tão nobre personalidade. Como devem imaginar, sendo eu um mero farmacêutico, sou também ignorante nos pormenores históricos que alimentam uma narrativa deste género, pelo que me vou tentar socorrer da Wikipédia (com toda a veracidade que lhe é merecida) para fornecimento de datas.
Viseu, cidade fundada em período ainda anterior à nacionalidade, tem conjuntamente com Coimbra o mais antigo ducado de Portugal. Em 1415 el-rei D. João I oferece o título de Duque de Viseu a Infante D. Henrique, primeiro duque de Viseu (e é por isto que temos uma estátua do Infante, estátua essa que até já esteve no centro da Praça da República, vulgo Rossio). Entretanto, o Infante nomeia seu herdeiro o seu sobrinho Infante D. Fernando, a quem havia sido atribuído o ducado de Beja. Assim, os ducados de Viseu e Beja tornam-se associados.
A partir daqui, sucederam-lhes D. João, D. Diogo, D. Manuel I (Rei de Portugal). Com a ascensão de D. Manuel a Rei, o título de duque é incorporado na coroa, tendo-lhe sucedido como última duquesa de Viseu D. Maria, sua filha.
E então, orgulhosos de viverem num ducado?
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