terça-feira, 18 de setembro de 2012

Viseu

Viseu é, e sempre será a minha cidade do coração. Tem espaços super agradáveis, pessoas muito simpáticas, e sinceramente começa a dinamizar. Apesar de todas as críticas que vou por aí lendo, acho sinceramente que o actual presidente da Câmara merece imenso crédito e reconhecimento, pois tenho mesmo dificuldades em imaginar a cidade há 10 anos, tendo em conta o que evoluiu.

Quando terminei os meus estudos porém via-me esperançado em ir para outra cidade, mais aberta para o mundo e mais empolgante, típico da idade (embora não tenha passado assim tanto tempo), mas no entanto deparo-me hoje novamente em Viseu. E sinceramente percebo que aqui posso ter grande qualidade de vida, afinal de contas isto é mesmo calmo e seguro etc etc. E sim, vejo a cidade a crescer muito, mas no tempo actual não podemos fazer apenas um crescimento em dimensão, mas sim em mentalidade.

Hoje as distâncias são mais curtas, a Europa é curta e o mundo também. Assim, com este aproximar de culturas, uma cidade para verdadeiramente crescer tem de absorver este conceito, de realmente crescer tanto em tamanho como em cultura, perspectiva e economia, e acho que é aqui a minha cidade peca. É necessário criar indústria e empresas, para que possam chamar gentes, gentes que possam investir cá, animando a economia local e fazer Viseu crescer. Viseu tem de se ligar, e certamente não é com uma IP3 para o sul e com SCUT's para todas as outras direcções que vai fazer. Viseu tem de estar perto do resto do mundo e não isolada, tem de se tornar um novo (e melhor) pólo Português.

Mas a verdade é que ainda hoje o acorrer de multidões são das gentes circundantes da cidade que acorrem ao Palácio de Gelo em passeios públicos contemporâneos em frente às montras.

Se houver oportunidades, pessoas mais convenientes virão para cá. Vão desculpar-me a quem se sentir ofendido, mas o que mais falta em Viseu são pessoas interessantes com ideias e motivações, e os poucos que há fogem a sete pés! Sinto muita falta de conhecer gente interessante neste nosso jardim. Onde é que vocês andam?

5 comentários:

  1. Gabriel, no essencial concordo com a tua leitura da cidade mas a propósito do teu paragrafo "Mas a verdade é que ainda hoje o acorrer de multidões são das gentes circundantes da cidade que acorrem ao Palácio de Gelo em passeios públicos contemporâneos em frente às montras. Se houver oportunidades, pessoas mais convenientes virão para cá. "
    tenho que te perguntar: há portugueses de primeira e outros de segunda? os das aldeias são maus e os de outras cidades bons? :)
    Cumprimentos

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  2. Bom dia Fernando. Relendo o post entendo que se passe essa ideia, e de facto não era a ideia base, por isso ainda bem que o aponta. Obrigado.

    Eu próprio sou de Viseu mas cresci e vivo numa aldeia de Viseu, logo acredite que não faço dos "aldeões" cidadãos de segunda, acho aliás que muitos valores de "aldeia" deveriam ser absorvidos pela cidade para que o seu crescimento tivesse um rumo muito mais orientado e sustentado.

    E aqui devo fazer um reparo. Não são apenas "gentes circundantes da cidade" que se vão passear para os centros comerciais, de facto também os ditos "citadinos" o fazem. A ideia base nesse parágrafo era o de transmitir que urge a necessidade de crescer em valores e cultura, e muitas mais coisas deveriam e poderiam ser feitas ao invés de passeios comerciais...

    Também reconheço que principalmente aos fins-de-semana pouca mais oferta haverá, mas isso é como a velha história da RTP2... a RTP2 corre o risco de ser fechada e ninguém quer que tal calamidade aconteça, mas a verdade é que se as audiências da RTP2 fossem significativas o seu encerramento não seria posto em causa.

    No fundo, se não praticarmos cultura, a cultura desaparece.

    Eu não quero viver numa cidade em que as actividades de lazer são os passeios comerciais. Preferia muito mais os passeios públicos, à moda da antiga Lisboa. Acho que aquela avenida do Fontelo, que liga a rotunda da Feira Semanal ao parque radical seria perfeito para algo do género, onde a garotada podia ir jogar à bola e os pais e restantes se encontravam em convívio social. Aí sim, talvez uma barraquinhas com intuito de comércio, às margens da dita rua, mas com produtos tradicionais dos pequenos comerciantes, e não Zara's e Levis.

    Espero ter-me feito entender :)
    Cumprimentos

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  3. Gabriel, perfeitamente e ficamos em sintonia nessa matéria. Continue a dar contributos para a discussão da cidade. Estou quase quase convencido a dar-lhe destaque no VSB. :)
    Abraço

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    1. De facto este blog não tem como principal propósito a reflexão sobre a cidade, é para toda uma miscelânea de assuntos. Ele tanto pretende ser cómico como sério, fútil e superficial como profundo, como já deve ter reparado.
      Mas atendendo a que adoro Viseu, inevitavelmente recorrerei ao tema com frequência :)

      Sinto-me lisonjeado. Um abraço, Gabriel

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  4. Gabriel, quando tiver disponibilidade contacte através do mail da Tribuna (atribunadeviseu@gmail.com)

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