From Jornal de Negócios
Ranking elaborado por consultora elege Lisboa como a cidade com a marca mais valiosa, líder das três categorias em análise: Investimento, Turismo e Talento. Nos 10 primeiros lugares só entram capitais de distrito e cidades das áreas metropolitanas.
A cidade de Lisboa lidera o ranking “City Brand”, que mede o valor das marcas dos 308 municípios portugueses. A capital lidera as três principais categorias analisadas pelo estudo, elaborado pela consultora “Bloom”. “Lisboa é a cidade que tem uma melhor marca, e uma melhor performance em três vertentes diferentes”, explicou ao Negócios o director-geral da consultora, Filipe Roquette. As grandes cidades estão nos lugares cimeiros e Porto e Braga fecham o pódio.
Os 10 primeiros lugares são ocupados por cidades das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e por capitais de distrito. De acordo com o ranking da “Bloom Consulting”, Lisboa, Porto e Braga ocupam as três primeiras posições. Oeiras segue na quarta posição, muito perto da cidade dos arcebispos, enquanto Coimbra fecha o “top5 “. Nos lugares seguintes estão Aveiro, Leiria, Faro, Guimarães (não é capital de distrito mas está muito próxima do Porto) e Cascais.
O ranking foi elaborado através do cruzamento de diversos dados estatísticos, como desemprego, número de hospitais, salário médio, taxa de criminalidade ou dormidas turísticas por município, com 15 grupos de perguntas-chave, que agrupam “o que as pessoas procuram no mundo inteiro num município”. Posteriormente, esses dados são comparados com a “comunicação online de cada município: o que comunica e o número de pessoas a quem chega essa informação”, tendo por base o site da autarquia e a sua presença nas redes sociais.
Os resultados permitem perceber “se a marca é assertiva, se está bem posicionada, se consegue estimular as pessoas”. As três categorias em análise são Negócios (Investimento), Visitar (Turismo) e Viver (Talento). Lisboa está em primeiro lugar em todas elas.
“Lisboa é quem melhor responde às necessidades das pessoas, tem a melhor percepção de marca, quer em termos de marca turística como em termos de marca de investimento, e isso reflecte-se na própria economia: quanto melhor a marca mais vai captar para a cidade”, explicou Filipe Roquette.
Marcas do interior interessam menos às pessoas
O Negócios procurou saber se, tendo em conta os critérios seleccionados, os municípios mais pequenos, e do interior, não são prejudicados face aos do litoral, em especial das áreas metropolitanas, que têm maior atractividade em termos de investimento e em termos turísticos. Roquette diz que não. “Temos o cuidado de pegar na informação obtida e dilui-la para evitar que isso aconteça”, garante. No número de empresas, “temos o número de empresas criadas por habitante”, prossegue.
“O que acontece sempre, e é normal, quando medimos marcas e não empresas, é que, obviamente, se pegarmos, a título de exemplo, em Freixo de Espada à Cinta, é um município que ninguém conhece, e que não tem percepções. Como não tem, as pessoas não o procuram”, argumenta. “Não quer dizer que as pessoas tenham percepções negativas; são inexistentes. O município terá de trabalhar a sua marca para criar notoriedade”, observa o director-geral da “Bloom”.
O município transmontano de Freixo de Espada à Cinta está no 307º e penúltimo lugar, apenas à frente de Monforte.
O objectivo do ranking é “despertar de atenção quanto à marca do município. A marca nem sempre é valorizada e é um enorme activo”, sublinha. A “Bloom Consulting” está a promover reuniões com os municípios para lhes apresentar os relatórios que explicam a sua posição no ranking. “O relatório vai permitir analisar o que as pessoas procuram, de onde procuram, quando procuram, e comparar com outras cidades”. “Isso permitirá decidir o que se tem para gastar de forma mais eficiente”, projecta.
E o que é que as câmaras devem fazer para aumentar o valor das suas marcas? Investir na vertente turística? “Aconselhamos que as câmaras tomem consciência do seu posicionamento exacto, quem os procura e em quê, e qual é o seu activo. Com base nessa informação real, devem fazer um melhor investimento” dos recursos para a sua promoção, defende Filipe Roquette.
Ranking
10 melhores:
1
|
Lisboa
|
2
|
Porto
|
3
|
Braga
|
4
|
Oeiras
|
5
|
Coimbra
|
6
|
Aveiro
|
7
|
Leiria
|
8
|
Faro
|
9
|
Guimarães
|
10
|
Cascais
|
10 piores:
299
|
Ribeira de Pena
|
300
|
Lajes das Flores
|
301
|
Cuba
|
302
|
Calheta (Açores)
|
303
|
Murça
|
304
|
Penalva do Castelo
|
305
|
Gavião
|
306
|
Ourique
|
307
|
Freixo de Espada à Cinta
|
308
|
Monforte
|
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